Há um poeta enforcado no campanário
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
Serve o seu corpo frio de contrapeso
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
A corda esticada num pescoço operário
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
E nas calças um pénis bem teso
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
Junta-se o povo em burburinho
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
Mais as carpideiras e os cangalheiros
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
Umas choram, outras gemem baixinho
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
Outros fazem contas aos seus dinheiros
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
E o poeta mais morto que peru
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
Mas altivo nessa morte sem igual
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
Tem escrito no peito, a tinta-cru:
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
- Fodei-vos! Liberdade não é coisa banal
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
- Podeis meter a minha morte no cu!
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
- Que eu nunca morri afinal!
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não
25-11-2010
domingo, 30 de outubro de 2011
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