terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Desconstrutivite
Foto de António Jorge Jorge Fernandes
Demorei porque atrás de mim caminhava o homem imperfeito.
Não esperei por ele só por esperar.
Uma mulher subiu ao palanque de mim por uma corda.
Perguntar-me porquê é decidir.
Se subo a ela resvalo, se espero anseio.
Metade de mim é um todo de um outro
Fazer é destruir tudo o que não me penso.
Saber de um gato que de telhados tenha zinco,
Não é menos importante que fechar a porta com o trinco
A rima quando acontece precisa de uma que se abra,
Atrás de um feixe de cinema e gorjeta esconde-se sempre um beijo.
Desconstruo-me porque quero
Tenho só um deus porque matei o outro.
Foi em Vila Real detrás dos olhos
Num dia em que para amanhecer foi preciso pedir.
E veio o vento, sorrateiro dos pinhais
Soprar-me até ganharmos líquenes
E os anéis das árvores a comprometerem
O viver no meio de coisas tão banais como o amor
A solidão falava-me de um poço. Eras tu mas eu não sabia
Foi por isso que ajudamos um cego a subir a ladeira de nós
Por uma âncora de terra que se perguntava.
Ao fundo, a tristeza era um pássaro em fogo.
Podia ser o poema?
Podia.
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