sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Guilhotina


Guilhotina
A mesma que guilhotinou, segundo dizem, aquele que a inventou, caiu um destes dias, imperial e de forma premeditada, sobre o stock de livros herdados pela mui capitalista Leya, aquando da compra de algumas editoras, entre as quais a ASA, para a formação do grupo que agora destruiu as obras mortas nas prateleiras.
Andavam para ali a monte, livros de muitos autores portugueses, entre os quais alguns onde Eugénio de Andrade, essa figura mítica, era referência. O mercado já não os absorveria sob a antiga chancela, pelo que, os senhores editores, alheios do acto cultural, resolveram de forma economicista cortar / guilhotinar o mal pela raiz.
Parece que já os colocaram em tribunal e muito bem. Digo eu, que também acho que esses livros destruídos, eram bem entregues a escolas, instituições, e aos nossos irmãos lusófonos.
São, infelizmente, muitos os indicadores da pobreza espiritual e empresarial deste país,
E vêm depois comprar os direitos de obras de Eugénio de Andrade que a falecida Quasi detinha?
Por amor de Deus.
È certo que próprio autor já se vendeu muitas vezes também à maquiavélica máquina reconstrutiva do texto.
Não sei é se tem culpa no cartório.
Conheço um autor premiado com uma menção honrosa no sonante prémio Leya, que a certa altura me escreveu contando-me sobre forma intrometida como se pretendiam mudar o seu texto e, fazê-lo reescrever partes do mesmo por razões comerciais, impondo isso como condição da publicação do prémio ganho.
Uma vergonha.
Senhoras da Leya. Leiam!

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