terça-feira, 19 de abril de 2011

A JUSTIÇA NÃO É PARA TODOS



A JUSTIÇA NÃO É PARA TODOS

Ai se fosse…
A justiça não é de quem dela precisa, mas de quem dela faz uso.
...Do pobre raramente é, a menos que lhe matem um filho, o assassino seja apanhado em flagrante e…confesse.
Dizem que a justiça é cega, mas nos tempos que correm já foi certamente operada às cataratas e usa lentes de contacto.
A própria balança que segura na mão esquerda precisa de ser aferida, pois tomba sempre para o mesmo lado.
As cadeias estão cheias de delinquentes comuns, parece ser essa a força da espada. Mas onde estão os de colarinho apertado, os de gravata fina?
Presos às suas empresas. Presos à exploração que ditam. Presos aos interesses, aos lobbies, ao dinheiro, aos políticos.
Uma justiça social quer dizer no vocabulário de hoje, que são sempre os mesmos a pagar a crise, as favas e o diabo a sete.
A justiça não é para todos, é para um conjunto de chico-espertos capazes de manobrar, capazes de influenciar, de viver no lapso, na falha da lei, para uso pessoal, para branquear os crimes económicos e inevitavelmente sociais.
A justiça é daquele que compra o melhor advogado, que dita os prazos, que se esconde atrás de recursos sucessivos.
A justiça parece feita para prescrever…
Prescreva então:
- Protecção social
- Protecção para as mentiras dos políticos, para os seus enganos e El Dorados.
Mas não, o que a justiça prescreve são os crimes que ficam por punir. E anda nesta ciranda um país. Um país aldrabado e de aldrabões.
Depois, sempre que é preciso lá se faz mediático um caso, aqui e acolá, à medida das necessidades romanas da lei.
Os «Pretores» na Roma Antiga administravam a justiça em muitos casos. Os de hoje são políticos bem vestidos, «Armanis ao cagalhão», capazes de marcar a agenda à boa maneira Berlusconiana.
Pergunto-me até quando? Até quando é que vamos aturar passivamente este estado de coisas?
A justiça não é para todos. É para todos os oportunistas, todos os sacanas, todos os impostores, todos os vampiros que nos chupam.
É o reflexo de uma sociedade pouco instruída, inculta mesmo, e que encontra nas distracções parolas deste mundo o encanto para as suas vidas pobres.
Isto está bom é para o Carreira, para os dois que ganharam o euro milhões e não se entendem, para a primeira do primeiro que não se conhece.
O que está a dar como diz a malta é entrar na política, gamar o mais possível e dar um ar satisfeito de europeu.
Faça-se o TGV quando houver dinheiro, candidatemo-nos ao mundial sem a Espanha.
Para o ano metemos seis nas competições europeias e ainda dizem que não há justiça…
Há justiça. Há. Mas é só para alguns.

1 comentário:

  1. Boa noite, José Ilídio!

    Pois é, isto não é propriamente um comentário, mas foi a única forma que encontrei de chegar até ti. Há cerca de trinta anos que não nos vemos ou falamos. Cruzámo-nos no antigo liceu, em Barcelinhos, durante o secundário, já naquela altura engraçavas com a Filosofia e, porventura, com a parte dela que comunga com o pensamento e com a escrita.
    Hoje, quando ouvi referência ao teu nome nos SINAIS, do Fernando Alves, na TSF, achei que deveria desejar-te continuação de sucessos nas tuas andanças literárias e no cativar exuperiano de leitores que, a avaliar também por este teu blogue, tens vindo a fazer junto dos mais novos.
    Já te não lembras de mim, mas, de qualquer forma, um grande abraço da antiga colega (parece que também prima!!)

    Maria do Carmo Santos
    mariacmsantos@gmail.com

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