terça-feira, 24 de novembro de 2009

por um acaso só


Foto de António Jorge Fernandes

Por um acaso só

Por um acaso que era tudo dentro das coisas
Lembrava-se de um sorriso triste
O mais belo que vira.
Os olhos, de todas as tempestades. Faróis.
Tão tristes de tão luminosos, tão vastos de tão perto
Tão ao norte quão incertos.

Um vento que de gaivotas era grito
Um rosto em tranquilidade quase aflito
Um naufrágio no coração da vaga, um sufixo.
Um afago,
Que de tão precisado parecia não ter forças para se dizer.
Um fado.

Um rasto de mar em cada afecto perdido
Um verbo urgente na urgência do verbo amar
Um quase nada dentro das coisas
Um quase tudo que desatava o nó.

Lembrava-se de um sorriso triste, por um acaso só.

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