quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Shame on you Dona Maitê


Então Dona Proença?
Não é que Vossa Excelência, que tanto gosta aqui do país, vende livrinhos e faz teatro, entra em tudo o que é programa foleiro de jet-set para se promover, e em mais algumas coisas de que já não me lembro, tirou a máscara em 2007 e gravou um vídeo sem maquilhagem a dizer mal aqui do burgo.
E depois ainda se ri em estúdio com mais algumas histéricas?
Então?
Que é feito dessa sua imagem de Maria Madalena que o povinho tanto admirou?
Saiba, no entanto, que não somos todos «noveleiros» e muitos já não iam à bola consigo.
Bem sei que vos imitamos em muita coisinha, até nos carnavais sem tradição que por aí andam espalhados, de Ovar a não sei onde. Alguns de nós, até já falam como você, com sotaque e os pronomes no lado errado.
Sei que a própria selecção abriu portas aos brasileiros, e agora os golos se festejam com samba, mas olhe, há uma coisa chamada respeito.
Vossa excelência foi certamente mais uma que cresceu a ouvir anedotas do «seu Manel padeiro», e nem sabe que por detrás dessas pérolas de humor que fazem do português um ser das cavernas, há uma alma empreendedora que rasgou distâncias e se espalhou no mundo.
Já ouviu falar em dor de cotovelo?
Sabe lá você do nosso contributo.
Podemos ser uns tesos, europeus de segunda, incultos e analfabetos, mas saiba Vossa Excelência que somos feitos de dignidade, e alguns de nós até têm orgulho na dimensão do país, pois sentem que a sua pátria é bem maior que o espaço geográfico das nossas fronteiras.
Veja lá que até chamamos aos Espanhóis nuestros hermanos, e os tipos não nos ligam nenhuma e nem nos compreendem...
Somos bondosos sabe. Gente simples que gosta de receber as pessoas, que abre as portas das suas casas a quem nos visita. E vai vossa Excelência abusar disso?
Não fosse para hotéis armada em superstar, ficasse numa estalagem de aldeia ou numa pousada e arranjava logo um tipo para lhe consertar o seu pc e o seu mouse,
Uma coisa, uma só, não merecia o seu ar inteligente no referido vídeo. Aquela do número três ao contrário na entrada do prédio. Sabe porquê, sabe?
O carteiro vê o 3 desde o espelho da mota estando também assim atento ao trânsito.
Português que pensa vale por duas ou três como você.
Shame on you Dona Maitê.

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